quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Na verdade é tudo infinito



E pensar que essa verdade na verdade é mentira, e ainda continuar acreditando nela pelo mesmo motivo. Só porque a verdade mataria muito mais do que a mentira anda ganhando com essa falsa verdade. E que na verdade, essa mentira nada mais é que uma felicidade utópica, na verdade ela não existe, porque a verdade que está na sua cabeça é uma real mentira. Essa sub verdade faz-se acreditar que os bons são maus e os maus são bons, assim como a verdade que é verdade vira mentira e a mentira que é mentira vira verdade. A única verdade que pode ser considerada real é o fato de que nós nunca sabemos de nada, e consideramos mentiras todas àquelas verdades que insistimos em não enxergar.Da mentira para a verdade não é um passo largo. Na verdade é uma perna mais curta que a outra, na qual a verdade é a perna longa, porém só prestamos atenção do 'defeito' da perna menor a qual se torna a nossa verdade,porém esta é a mentira. E ela é a mentira porque ela tem um defeito, e a perna longa, não é por ter não ter defeitos que é a verdade, mas sim por ser como deveria ser, só verdadeira.
Ver a verdade não traz só felicidade -ou talvez nem isso-, mas também compreensão, de que tudo é tão singular, quanto cada gota d'água. Talvez também mostre a mentira do avesso de que nada é finito, é tudo parte de um ciclo, que NÃO acaba, que não se entende, que não se descobre nada além do simples saber da existência do infinito-ito-ito.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Me faz falta essa parte

Em alguma parte do meu cérebro
Eu ainda posso ouvir aquelas notas
As melodias que em meus ouvidos
Me fazem vasculhar a memória
E então surge um filme antigo
Pointe, passé, elevé.
Reprimo o choro para não gritar.

Eu sinto tanto a sua falta,
O seu ritmo, seu rigor, sua perfeição
Tudo era tão completo
E agora me falta essa parte.

Meu caso de amor eterno
Foram nove anos de contato
Acompanhastes minha formação
Me tornava livre, me fazia esquecer
Eu sorria e era um enorme prazer
Melhor que bebida alcoólica.

Não é coisa fácil de se fazer,
Parece também coisa de masoquista
Mas a dor era necessária
E diante do sucesso desaparecia.

Até os gritos do professor eu sinto falta
- Eu quero essa perna na orelha!
Sim! Eu também queria, e muito.
Passos rápidos, sincronia de braços,
Eu sinto falta até do aparentemente simples
Plié.

Aquela música ecoando
Me isolando do mundo
Como eu queria fechar os olhos
Esquecer os outros
E simplesmente dançar
Dançar ao som da minha música.

Soltar os braços, começar com a valsa,
Em seguida um temps levé, piqué-passé,
Soutenu com braço em quinta,
Talvez uma piruette, ou só uma pose.

Os aplausos, a luz do palco,
O figurino tão clássico,
Tão ncantador, e se ignora a dor.
A felicidade que transpira como prazer
Eu só quero sentir isso um pouco mais.

É um prazer indescritível,
Satisfação inestimável.
Realmente meu amor eterno,
Meu prazer contínuo.

E eu morreria feliz, se morresse dançando
Ao som de qualquer música
Vinda das teclas de um piano.